Politiquices

Há algum tempo o já demitido Presidente da Câmara de Lisboa vangloriou-se de terem conseguido reduzir o tráfego no centro da cidade através de algumas medidas que tomaram.

E que medidas foram essas? Melhoraram a rede de transportes públicos, com maior entrecruzamento entre linhas? Melhoraram as facilidades de estacionamento nas estações limítrofes? Aumentaram o número de composições e autocarros a circular reduzindo assim os períodos de espera entre ligações?

Não, essas medidas reduziram-se a: aumentar 150% o preço do estacionamento e a fiscalização do estacionamento indevido.

Ou seja, ao invés de resolverem um problema à população que era suposto servirem, criaram novos problemas.

Não admira que tenham sucesso. Eu diria mesmo que se aumentassem o preço do estacionamento em 1500% teriam ainda menos carros a circular no centro da cidade.

Estas medidas seriam bem-vindas se houvesse boas alternativas, se Lisboa fosse - à imagem de outras capitais europeias como Londres ou Paris - uma cidade onde a rede de transportes públicos fosse tal que se tornasse possível viver sem carro. Infelizmente, como todos sabemos, não é.

Afinal quem acaba por benificiar com estas medidas? Obviamente quadros superiores de grandes empresas que têm o seu estacionamentozinho reservado e pago pelo seu empregador. E como sabemos é para essas pessoas que em Portugal se governa.